terça-feira, dezembro 29, 2009

Crítica do The Los Angeles Times aos arquivos liberados pelo FBI

Quando o FBI anunciou, na semana passada, que pretendia tornar público seus arquivos secretos sobre Michael Jackson, as bombas pareciam garantidas. Como poderiam centenas de páginas de informações de dentro do governo, sobre o homem mais famoso do mundo, e no caso, o menos convencional, fosse outra coisa que não bombásticas?

Mas o material liberado na terça-feira acabou por ser mais enfadonho do que sensacional em suas 333 páginas; um conjunto de fotocópias de artigos de tablóides que foram manchetes há anos atrás, e que foram fortemente reeditados para os relatórios da investigações.

O arquivo aberto ao público, como resultado de pedidos de liberação Information Act por agências de notícias, não continha nenhuma informação acerca da morte de Jackson em Junho, ou prova penal que comprometesse seu médico pessoal.

O que se pode inferir a partir dos arquivos volumosos foram coisas do tipo notas de rodapé que os vários biógrafos, provavelmente, poderiam relegar - ou não incluir neles.

- Que Jackson, por exemplo, era o tipo de pessoa que sorria em fotos para licensa de motorista (o arquivo incluiu uma copia de uma licensa vencida).
- Ou que Bubbles, o chimpanzé de estimação do cantor, fez parte do inquérito em uma investigação de uma denúncia feita por um garoto de 13 anos, que alegava que Jackson o havia molestado, e que levou um agente a rabiscar as palavras "chimpanzé macho" por duas vezes em seu caderno (isso permanece um mistério, graças aos censores do FBI que redigiram grande parte do resto da escrita na página).

A maior parte do arquivo - quase 200 páginas - diz respeito a um homem que foi preso por perseguir Jackson há 17 anos atrás. Frank Paul Jones tinha um histórico de ameaçar matar o presidente e havia sido preso várias vezes fora da Casa Branca, de acordo com relatórios de investigação. Em cartas coletadas pelo FBI, Jones alegou ser o filho de John Gotti, exigiu dinheiro e se comprometia a "cometer assassinatos em massa em um concerto de Michael Jackson." Um juiz federal de Los Angeles o sentenciou a dois anos de prisão, em 1993, pelo envio de ameaças a Jackson.

O resto do arquivo, no entanto, reflete o papel marginal que o FBI executou em outras ocasiões. A polícia de Los Angeles abriu o caso de 1993, que não resultou em acusações criminais.

Os agentes federais ajudaram detetives a arranjarem uma entrevista, com duas testemunhas, nas Filipinas, publicando suas histórias nos tablóides britânicos.

Uma década depois, as autoridades do Condado de Santa Barbara estavam no comando, quando outro menino de LA acusou o cantor de abuso sexual. Os registros mostram que o FBI ajudou a coletar evidências para o processo, e que os investigadores locais procuraram ajuda federal "para desenvolver uma estratégia e instaurar o processo fornececendo orientações forenses." Conversas subsequentes com funcionários do FBI em Quantico, não foram detalhadas.

Jackson foi absolvido em um julgamento em Santa Maria, que atraiu um contingente internacional de imprensa e as autoridades locais tinham preocupações com ataques terroristas. Um agente escreveu que a polícia local acreditava que o processo poderia ser "um alvo fácil para o terrorismo", devido à cobertura da mídia em todo o mundo, mas observou que não havia indícios de um ataque.

O Natal marca o aniversário de seis meses da morte de Jackson, cujo legista classificou como homicídio resultante de uma quantidade letal de anestésico cirúrgico. Os documentos do tribunal identificaram o médico do cantor, Conrad Murray, como o alvo de uma investigação em curso conduzida por homicídio culposo em diversas agências, incluindo a Polícia e o escritório do procurador do distrito LA County.

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